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APRESENTAÇÃO:

O solo é um elemento fundamental nos ecossistemas terrestres. Processos que ocorrem exclusivamente no solo são responsáveis pela manutenção da vida e de sua qualidade. Mesmo assim, os solos têm sua importância normalmente desconsiderada e/ou desvalorizada. Os solos não são reconhecidos pelo papel que desempenham na manutenção da vida sobre a Terra e na conservação da biodiversidade, e são ainda menos percebidos e valorizados em seu papel na vida humana. A conseqüência dessa negligência é o crescimento contínuo dos problemas ambientais ligados à degradação do solo, como erosão, poluição, deslizamentos, assoreamento de cursos de água, etc.
Até recentemente o entendimento destes processos era de interesse quase exclusivo dos profissionais e pesquisadores das áreas de ciências agrárias. No entanto, a urgência e complexidade dos problemas ambientais tem impulsionado uma demanda crescente e cada vez mais diversificada por este conhecimento. Os profissionais ligados ao estudo do solo, e especialmente aqueles envolvidos no seu ensino e divulgação, tem diante de si este grande desafio: atender esta demanda com competência.
Nesse contexto, as ações educativas relativas aos solos, para além do ensino, strictu sensu, são fundamentais, e devem ser estimuladas, assumidas e apoiadas pela comunidade de cientistas do solo.
A preocupação de docentes com o ensino de Ciência do Solo vem permeando as atividades da Sociedade Brasileira de Ciência do Solo (SBCS) desde a sua fundação em 1947 e já no 2º Congresso Brasileiro de Ciência do Solo (CBCS) houve a apresentação de um trabalho sobre o tema. Nesse Congresso, realizado em 1949, havia uma Comissão VII intitulada “Uniformização dos Métodos de Estudo e de Representação do Solo e Ensino de Ciência do Solo” (Beck e Spier, 1991). No entanto, o tema do Ensino de Solos foi, tanto nos Congressos quanto nas publicações da SBCS, marcado por longos períodos de ausência total ou quase total de trabalhos e discussões. Conforme destacam Fontes et al. (1995), até o XXI Congresso Brasileiro de Ciência do Solo, realizado em 1987 em Campinas, foram registrados apenas dois trabalhos sobre Ensino de Solos, nos Anais da SBCS. Além disso, nos 41 primeiros números da Revista Brasileira de Ciência do Solo (RBCS), lançada em 1977, não houve trabalho sobre Ensino de Ciência do Solo (Beck e Spier, 1991).
A partir do XXI CBCS a participação da Comissão VII - Ensino da Ciência do Solo, da Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, tornou-se constante, com trabalhos e discussões em plenário e a partir de 1991, passou a constar, mesmo que muitas vezes sem uma atuação efetiva, como Comissão organizada, tendo os representantes escolhidos pela SBCS e com revisores indicados para a RBCS. Em novembro de 1992 foi estabelecida uma proposta de Objetivos Gerais para a Comissão VII e durante o XXIV CBCS, realizado em Goiânia em 1993, um grupo de professores se articulou e iniciou uma série de discussões que visavam a consolidação dessa Comissão. Essas discussões culminaram com a realização de um Simpósio, que aconteceu em novembro e 1994, na Universidade Federal de Viçosa (MG). Esse Simpósio, transformado na Plenária Final em I Simpósio Brasileiro de Ensino de Ciência do Solo (Fontes et al, 1995). Após o I Simpósio foram realizados, o II Simpósio, em 1995, organizado pelo Departamento de Solos do Centro de Ciências Rurais da Universidade Federal de Santa Maria (RS) (Eltz e Dalmolin, 1996), e o III Simpósio, em 1996, na cidade de Pato Branco (PR), organizado pela atual Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) (Braida, 1997). Estes eventos geraram anais que se constituem em importantes documentos para profissionais que se dedicam à pesquisa em educação em solos e a popularização do conhecimento na área de Ciência do Solo.
Após um período sem a realização de eventos a temática foi novamente retomada em 2008, com a realização do V Simpósio Brasileiro de Ensino de Solos, sediado pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo. Neste evento foi possível perceber a maturação da pesquisa em educação em solos, com algumas dissertações e teses na área sendo apresentadas, bem como a consolidação de alguns grupos nesta área em algumas instituições (UFPR, UFV, UFSM, USP, UNESP, etc.). Durante o V SBES também foi decidido que o evento passaria a ter periodicidade bienal e que o próximo evento seria sediado em Curitiba. Durante a realização do XXXII Congresso Brasileiro de Ciência do Solo a comissão passou a ser denominada "Comissão 4.1 - Educação em Solos e Percepção Pública do Solo" a qual ficou vinculada à Divisão IV (Solos Meio Ambiente e Sociedade) da SBCS. Com esta mudança a denominação do evento foi alterada para Simpósio Brasileiro de Educação em Solos.
Portanto, a realização do V Simpósio Brasileiro de Educação em Solos se constitui em importante momento de discussão sobre o momento atual e perspectivas da pesquisa em educação em solos no Brasil, com a possibilidade de ampliação do público além dos profissionais que atuam na Sociedade Brasileira de Ciência do Solo.
Este evento pretende atender as expectativas dos diferentes profissionais que trabalham com a educação em solos, em diferentes níveis e aspectos (educação básica, educação superior, educação ambiental, extensão rural, etc.), procurando ser um momento aglutinador e catalisador de ações.

LEIA O DOCUMENTO FINAL DO IV SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ENSINO DE SOLOS (PDF)

 

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